Monday, June 6, 2016

Longevidade

As pessoas que identificam-se com seus corpos, neles perdendo-se, envelhecem ou podem mesmo adoecer pelo exagero disto; as pessoas que apoderam-se de seus corpos, e fazem-no a partir do ser universal que perpassa o chamado "si-mesmo", acabam tendo o pleno sentimento de ser cada vez mais.

Trata-se, então, de decidir ante ambos; pois um jamais levará ao outro.

Diferente do vitalismo da vitalidade, a existencialidade, em seu singular existencialismo, não tem idade, mas intensidade.

Sunday, June 5, 2016

Neue Musik / Zeitgenössische Musik

Neue Musik: ein gescheiterte Originalismus, der immer gleich klingt, und sich neurotisch als "Standard" in der Gesellschaft setzten will, und zwar als ihre "Befreiung".  Die Langweile des unwahrnehmbaren Kontinuums,  der ewigen Verspannung des Körpers jedes Instrumentes, jedes Instrumentisten. Ein Angriff gegen das Wesen des Gehörorganes. 

Zeitgenössische Kunstmusik: die Möglichkeit, die Neue Musik aus seinem neo-marxistischen Schlummern zu wecken und mittels einer representativen Elite dem Volksmensch etwas besseres und sympathischeres anzubieten als die Abbau des ganzen geschichtlichen Sinns.

Thursday, June 2, 2016

Philosophia e Sophophilia

Pior do que as grandes questões é não haver alguém com quem tratá-las em confiança. Outra grande questão...

É muito eficiente o modo gregário da estupidez, e o da ignorância, sobretudo quanto à consolidação das amizades.

Entre os que querem saber, a experiência comum não está naquilo que julgam saber, mas sobretudo na alma do querer saber. Pois o que sabem juntos passam logo a não saber juntos, assim que tal saber é decomposto em suas partes, freqüentemente opostas.

Por isso alguns julgam serem amigos ou amarem-se por algo que pode ser contrariado pelo passar dos tempos; e outros amam-se e identificam-se pela forma.

Quanto à verdade da amizade, que é sua perenidade na vida e seu o sentimento de compartilhamento destas em uma só coisa , ou afilia-se por uma forma ou por nada, isto é, jamais.

E que forma é esta, que é a forma real da vida e a forma real do saber, senão uma alma e suas atividades e desígnios mais superiores?

Pois a unidade de tais desígnios nunca poderia ser imaginada como algo bruto, mas sim vivo. em so si próprio uno e intelectivo.

O saber da amizade mesma, bem como seu acontecimento, parece deste ponto de vista a primeira das grandes questões, pois qualquer uma delas desafiará sobretudo qualquer amizade, sempre que desafiar qualquer parte sua, colocando mesmo a base, sua forma, à prova.

Não parece ser então possível afiliar-se de modo perene se a base não passar de uma frágil perspectiva. E isto parece, por um lado, pior que estar consolidado na solidão frente a qualquer grande questão, pois daí trata-se de uma traição sempre iminente da contingência. Mas por outro lado a solidão do saber parece igualmente pior, embora consequência de uma traição da contingência:

por que , mesmo no desespero e desafio do saber, não se deveria perder o contato com estes para quem ele estaria aí.

Tuesday, May 31, 2016

Harmonia

Duas fontes de loucura:
condicionamento demais e incondicionamento demais.

Conforme Philolau, o pitagórico, a harmonia é o bem de ambos numa só coisa.

Ora, o amor é a mais forte harmonia.
 A harmonia a força do amor...

(Tal o verso entonado por Monteverdi à Pompéia,
  sob medida das suaves tensões do rosto rico)

No pensar é verdade, no fazer o bem, na criatividade o belo:

Amor e Harmonia,
Análogos reversíveis.

Ato e medida contínuos da perenidade do ser,
determinada e indeterminada à razão de um fogo secreto,

                                                                                                    (quase heraclítico?

Monday, May 30, 2016

Atonalidade

Atonalidade é a utopia de uma elite na música. A versão musical do delírio da émancipation individuelle totale, que quase tudo hoje coordena.

 "Neue Musik" é o eufemismo desta utopia, a utopia de uma música total;
  música nenhuma, embora exímia arte da artificialidade do som.

É o modo que favorece músicos apáticos para com os intervalos musicais, de gente que nunca gozou do próprio canto, da próprio improviso, a conspirar com pseudofilósofos e o valor meramente sindicalista de seus "studies".

As outras músicas ruins são epifenomenos da doença de uma elite que rouba-lhes a pira.

Jurisprundência

Imagine  que a filosofia seja uma jurisprudência de idéias que guiam a humanidade à esquerda ou direita, e cuja constituição é disputada e aquática demais, e cujo emprego, como tal, não existe, e cujo risco é grande e nobre, e cujo nome é ambígüo, neutro, belo e horrível, causando temor quando soa, causando pudor quando rufa. Os filósofos decidem-se fundamentalmente entre juízes, promotores, ou advogados. Às vezes pensam sê-los em vão; não passão de vitma ou testemunhas de uma idéia.

Sunday, May 29, 2016

Xadrez

Ah tornar-se enfim erudito, um grande filósofo, um belo empregado, um grande pensador, o "magister perennis" do livro que apropriou todos os livros, o tema de monografias e conversa nas festinhas de fim de curso,  da discussão internacional dos departamentos, o polemista recluso na glória do ostracismo geral, ou o que escreveu para "aqueles",  herói do original no livro que refutou todos os livros, da palestra que persuadiu o consenso acadêmico, igualmente o pleno senso comum, arqueiro da flecha  certeira do arco interdisciplinar...

Ah conquistar um patamar onde se esquiva-se cada vez mais facilmente de perguntadores fatais. Poder instituir conversas sob controle, configurar os convidados, evitar a questão "que levaria-nos longe demais", desbastar os cantos enferrujados da memória, evitar ser repensado pelo Outro sob a leveza medíocre  de seus pensamentos - mas da ameaçadora noite escura destes, ao mesmo tempo. Não perder tempo respondendo ao marcineiro, explicando ao carpinteiro, tolerando a insistência da enfermeira inquisidora. Ao diabo com apostolados: meu tempo é curto, pois mede-me apenas a fita da eternidade.

Trata-se de um arco de mármore, cuja contraparte só poderia resumir-se ao próprio símile: outro arco de mármore.  Nunca qualquer um , e não mais que um.

  Significa morrer nas perguntas escolhidas à altura da coragem ou covardia de si mesmo, mas sem de fato poder dar ao mundo acesso a isto que ele mesmo no úmido subsolo de sua alma não ousaria duvidar durante mais que a gota de um lon-güin-co segundo (...) Não duvidam uns por certeza demais; outros por dúvida demais.

Mas ora, não fora sempre conhecimento um parco fecho de luz ao horizonte, que frente ao Desconhecido, tanto grande como pequeno, não faria mais que debater-se contra o Infinito?

Todo filósofo desaparece de alguma forma no vapor de sua própria caldeira. Nenhum sujeita-se ao constante jogo do ganhar e perder, à vertical do cair e subir, do cheque e descheque, ao paradoxo do peão-Dama, próprios do que os grandes enxadristas prefereriam travar consigo. Todo admnistra como pode a linha tênue entre lógica e retórica da palavra "todo";

                    nenhum parece hesitar em ilhar-se com este inverificável "nenhum".

Devemos ser gratos pelo Ser estar sendo e funcionando a todo momento, sem te cobrar nada em troca.Sentir isto é uma forma de afinar e vibra...