A liberdade de expressão de uma pessoa, principalmente de uma maioria com a qual ela colabora, deveria ser proporcional à extensão e intensidade de seu espírito na coisa sobre quê opina. A internet simplesmente detonou isto, dando a todos o mesmo tom, e a possibilidade de configurar um "perfil" arrasador.
A maioria dos comentários em papinhos e redes sociais não passam de atualização da inscrição do indivíduo num certo grupo que os dá sentimentos positivos - mas nunca no grupo da humanidade em geral, no qual hoje só enfrentando várias emoções, proporcionadas sobretudo por desafios filosóficos ou eventos-limite da vida seria possível solicitar uma vaga...
Se a pessoa é sempre sombra de si mesma, e pura aparência, então o perfil é a duplicação mais pérfida da aparência. De fato: a face é a faceta do todo, que o revela ou esconde.
A internet possibilitou delegar ao computador e à miragem de um Outro omnipresente - mas concretamente ausente - o ato concreto de existir com os outros ao se perceber a própria solidão fundamental.
É quase impossível conectar-se ao universo e à cidade num só ato ao mesmo tempo; sacrificando, tu és o bode de ambos em guerra,
aspergindo de si mesmo.
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Sunday, December 11, 2016
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