Friday, February 5, 2016

Linha do Tempo e Círculo Hermenêutico


A História, de fato, só acontece para frente.  Junto ao tempo, ela tende a tomar uma representação linear. No entanto, ela não limita seu ser ao acontecer. Sua relação com o ser-humano, p.ex., não é projecional, acompanhando falaciosamente uma linha que na verdade é apenas a linha do tempo ( que por sua vez se confunde com a progressão aritmética!),  mas circular.  Os valores qualitativos são, pois, valores circulares. São parábolas, esferas, formas ovais, espirais conscêntricas, discêntricas. Analogamente, a História é mais uma sucessão de variações sobre valores humanos e  menos justaposições temporais de tais valores, o que novamente confirma a historicidade legítima da própria abordagem circular do tempo humano. O modo de justificar o sentido da temporalidade histórica, é, pois, sobretemporal. Embora em relação ao mito ela situa-se numa distância subitamente impossível de percorrer (assim  Eudoro Souza) , a História não é de todo desvencilhada do numes míticos como raiz legítima dos valores circulares.  Desapercebidas, grandezas sobretemporais interpenetram e exalam umidamente pelos poros da História.

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